Não fosse a vida esse contínuo eterno de tarefas do ofício
Não fosse isso também um vício
Não ocuparia o lugar da poesia
Das emoções
Não alimentaria ilusões
E não visitaria esses sonhos inóspitos
Fictícios
E justamente quando a vida espreme o tempo
E o tempo é a moeda difícil
É quando a gente aprende
A dilatar certos momentos
A controlar os interstícios
É quando a gente vê que
A poesia também pode vir disso
Matheus Matos