Eis minha poesia. Toma, agora é tua!

sábado, 30 de outubro de 2021

Talvez mais tarde

Talvez mais tarde 
Eu possa sobreviver a ideia
De que a vida passa 
Como o rio passa
Como a água passa
Como a pandemia passa
Como passa também a ideia essa cacofonia 
No interstício entre as nossas crises
No intervalo das agonias
Nas pausas dos momentos tristes
Tem esse pouco de vazio
Com um pouco de alegria
Um vento passando frio
A chuva que não sentia
Eu vejo as quatro estações
Nos intervalos do que sobra da vida
As vezes também escrevo poesia
Talvez mais tarde, quando pouca vida restar,  mas ainda restar vida
A vida possa ser vivida nos intervalos apenas.
Sem se notar as agonias.

Matheus Matos 

terça-feira, 26 de outubro de 2021

nem mortos, nem vivos




Vocês que estão ai
sentados em frente a tela de vidro,
nem mortos,
nem vivos,
basta.
levanta,
anda,
afasta 
dessa coisa 
nefasta.
Há uma brisa que entra pela tua janela
e te chama.
Invoca tua chama,
acende teu fogo,
traz chuva,
lama,
te ensina de novo
a ver o amor
dos olhos dela. 
te chama de novo
a ser a luz do mundo
na nova era. 
Vai, acorda. 
Uma revolução te espera. 

Matheus Matos

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

um beija-flor na minha porta.



Nada mais importa
se um beija-flor vem a minha porta.
o medo, a ansiedade, aquela vontade de explodir
se transforma em uma terna vontade de existir.
fico paralisado. 
apenas observo aquele voo pausado.
asas mais rápidas que eu possa ver
cores cintilantes
azuis, verdes, vermelhos 
pulsantes
me enganam ao entardecer.
Vejo seu canto avisando chegada,
seu bico semeando morada.
Ele tem coração gigante
pode nem parecer, 
mas é pequenininho
Pode voar milhares de quilômetros 
pra aparecer pra você.
Fico muito feliz quando vejo um beija-flor
nunca conseguirei domar
mas sempre terei amor.

Matheus Matos