Eis minha poesia. Toma, agora é tua!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Lua de Veneza

por: Edson de Paula (Bigão)

Lua vermelha,
[um quadro de novela],
Será que o teu recado
é refletir
os olhos dela?

Círculo de chamas,
e névoa,
e lágrima
Dissolve-se em mim,
Dissol
ve-
me...

À noite na cidadela
Os gondoleiros trafegam os ares,
outonos de Vivaldi
Navegando a primavera.
Nenúfares
se fazem...nu
corpo d’estrela...

Quão longe a Lua
chegando ao inexistir.
Bola bela,
balão de beleza,
canção d’esquina,
Luar de Veneza,
rapina do olvido,
Sentido,
não-certeza...

Os becos nefastos da solidão
levam-me
para os jazigos,
jazem figos
no intraduzível.

Semi-planos de refúgio,
Sem planos,
sem panos,
sem canais,
Túrgidas divagações astrais...
[Apenas] lucubrações lânguidas.
...Há penas...

Vazio...
cama...
dama...
Aqueronte...ponte
E
...saudade...

Lua vermelha,
pentagrama de velas,
Levará alucinados
olhos
às janelas!..?...

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