Eis minha poesia. Toma, agora é tua!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Momento Sacro(provisório)

Foi Dédalo quem construiu a vida

Construiu de forma que o Sol derretesse suas muralhas de cera

E caminhássemos sem sapatos

Sobre oceanos de cera quente.

Prometeu, calos e estradas,

Quimeras se fizeram inteiras

Em montanhas e obstáculos,

Portas derradeiras e ósculos ausentes.

Somos favos irrisórios

já pelo fim

e sem flama alguma,

descendentes de labirintos psicodélicos,

Abscessos inflamados,

Alvos fáceis

No jogo de dardos excrementais das hienas sarcásticas.

Somos estátuas de sal

sujeitadas à chuva ácida do instante seguinte,

Rejeitados

a plástica do momento instante,

Seguindo em frente como cadeiras de rodas para atletas cegos.

Foi dédalo a minha vida.

Foi Dédalo quem construiu a vida,

Ícaro inconsequente lançou-se, Teseu, ao mar suicida.

Fui Deus, eu-minotauro, monturo de fada,

Não sei

se agora Egeu ou

Nada...

Edson de Paula

27/08/05

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