Construiu de forma que o Sol derretesse suas muralhas de cera
E caminhássemos sem sapatos
Sobre oceanos de cera quente.
Prometeu, calos e estradas,
Quimeras se fizeram inteiras
Em montanhas e obstáculos,
Portas derradeiras e ósculos ausentes.
Somos favos irrisórios
já pelo fim
e sem flama alguma,
descendentes de labirintos psicodélicos,
Abscessos inflamados,
Alvos fáceis
No jogo de dardos excrementais das hienas sarcásticas.
Somos estátuas de sal
sujeitadas à chuva ácida do instante seguinte,
Rejeitados
a plástica do momento instante,
Seguindo em frente como cadeiras de rodas para atletas cegos.
Foi dédalo a minha vida.
Foi Dédalo quem construiu a vida,
Ícaro inconsequente lançou-se, Teseu, ao mar suicida.
Fui Deus, eu-minotauro, monturo de fada,
Não sei
se agora Egeu ou
Nada...
Edson de Paula
27/08/05
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