Eis minha poesia. Toma, agora é tua!

segunda-feira, 30 de junho de 2025

luz apagada

Sinto o caos do tédio
em dias sem energia
e luz apagada.
Uma vela acesa
ilumina toda a sala
e apaga a fogueira em minha mente.

A poesia quer brotar,
mas minha memória tem perna curta,
tem teimosia
descarada.
Puxo uma letra, uma palavra...
vem um poema
com rimas safadas
de que até tenho pena.

O tédio vem como uma sentença,
de separar o corpo da mente,
desacelerar os vícios,
plantar as sementes.

O caos do tédio me consome e me acalma,
como uma daquelas drogas caras que tomamos
pra evitar o colapso
e nos deixar ausentes.

Matheus Matos

sábado, 28 de junho de 2025

epifania

Os pesos da descoberta
É o tempo que eu teria
Passa o tempo, passam os dias
Eu não tenho a resposta certa

O tempo que aperta
É que traz epifania
Passa o tempo da agonia
Vem a luz que te liberta

Matheus Matos 

quarta-feira, 25 de junho de 2025

O que há

Descriptografar
a alma nua que há
na ciência.

Um mergulho no que falta.
E o que acha?
Abismos.


Matheus Matos 

sexta-feira, 20 de junho de 2025

excessos

Hoje eu acordei cedo
Chorei,
Como chora o meu reflexo.
Embora perplexo,
A lágrima que cai
É um favor que te peço:
Sofri mais que ti.

Hoje eu acordei cedo
E, quando olhei no espelho,
Eu não me vi.
Quem sou eu?
Quem fui eu?
O que senti?

Reflexo d’alma embaçado,
Perplexo.
Sinto as dores de uma vida
Enguiçada,
Não vivida,
Mas lembrada —
E que sofri.

A vida passa pela janela do carro.
Eu tô aqui,
Mas não tô lá.
E a minha falta, onde está?

A vida passa,
Às vezes sem nexo.
A vida passa, e eu vivo me equilibrando nos excessos;
Vivo me equilibrando no que senti,
Entre o que eles não veem
E o que eu vi.

Matheus Matos

diminutas

Pequenas galáxias cintilantes 
Em danças com passos combinados
A valsa de seus corpos 
Pulsantes 
Em giros do indecifrado

Matheus Matos