Eis minha poesia. Toma, agora é tua!

sábado, 30 de outubro de 2021

Talvez mais tarde

Talvez mais tarde 
Eu possa sobreviver a ideia
De que a vida passa 
Como o rio passa
Como a água passa
Como a pandemia passa
Como passa também a ideia essa cacofonia 
No interstício entre as nossas crises
No intervalo das agonias
Nas pausas dos momentos tristes
Tem esse pouco de vazio
Com um pouco de alegria
Um vento passando frio
A chuva que não sentia
Eu vejo as quatro estações
Nos intervalos do que sobra da vida
As vezes também escrevo poesia
Talvez mais tarde, quando pouca vida restar,  mas ainda restar vida
A vida possa ser vivida nos intervalos apenas.
Sem se notar as agonias.

Matheus Matos 

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