Esses dias pandêmicos estão estranhos.
Só o que vejo são os corredores gelados das instituições vazias.
ás vezes a solidão em casa.
Cena distópica.
Na mente uma gritaria
e ao redor o silêncio profundo.
escuto só o barulho de meus passos.
um gato amarelo, magro e provavelmente faminto, passou por mim.
Coitado deve estar solitário mesmo com seu instinto selvagem.
É arredio. Não consigo me comunicar com ele.
Gatos são seres especiais. Conquistá-los leva tempo.
Depois disso são amigos inseparáveis.
Tenho amigos assim.
Continuo a caminhada com a máscara apertando meu nariz.
Falta ar, sinto dor, um incômodo.
O mundo anda estranho.
Um encontro é um convite ao perigo.
Cuidado, Vírus!
Cena distópica.
Abro a porta e entro na sala.
Ainda sinto o perigo no ar, mas me sinto mais tranquilo.
Tiro a máscara e respiro.
O dia estava bonito lá fora. Frio e sol.
Tempo bom de tomar um café com um amigo.
Cuidado, Vírus!
Cena distópica.
Viver se tornou uma aventura perigosa.
Matheus Matos