"Mas se você escutar bem de perto, você pode ouvi-los sussurar o seu legado. Vá em frente, abaixe-se. Escute, está ouvindo? - Carpe - ouve? - Carpe, carpe diem, colham o dia garotos, tornem extraordinárias as suas vidas." (A Sociedade dos Poetas Mortos)
Alguns de nós já têm quase trinta anos,
outros um pouco mais,
poucos um tanto menos.
Somos dois, três, quatro ou até mais,
muito mais que amigos.
E os caminhos até hoje?
Muitos amores, conhecimento,
muito Carpe Diem,
mas, muitos entroncamentos.
Então, onde ficaram as partes de nós que não se encontram mais?
Onde está a nossa essência pura, inalterada?
Quando se verão novamente?
Onde se encontrarão?
Qual sentimento deixamos de compartilhar,
o que nos falta mostrar,
pra nos entender outra vez?
Sei que serão caminhos longos até que, de novo,
cada parte de nossa alma possa se fundir em uma só.
Inabalavelmente.
São caminhos pelo deserto em sol ardente,
neles encontraremos nossa miragem ao fundo,
e é nela que confiaremos ao outro a
responsabilidade da existência daquela água.
Sem água, só a sede restará,
e isso faz tudo secar.
São caminhos pela Sibéria em meio ao gelo.
Agora o que falta é o calor.
Aquele calor da união.
É, são caminhos de liberdade.
Santa Liberdade.
Sempre Lealdade, é o que há de ter.
Então, onde se encaixarão nossas mulheres?
onde estarão nossos filhos?
Que caminhos vão percorrer,
se nós deixarmos morrer,
essa nossa essência pura?
Qual a hora certa de entender
que já são quase trinta,
e que isso é muita tinta
pra escrever, entender,
traduzir nossa existência pro caminho deles?
A distância brinca com os sentimentos.
Esconde aqueles únicos momentos
ao fundo, bem no fundo daquele poço
que chamamos confiança.
Rasga o peito,
pra alguns, a esperança
de um amor que é real.
Mas quem decide isso afinal?
São os nossos conceitos que devem mudar.
Matheus Matos
(
Créditos da Imagem)