Eis minha poesia. Toma, agora é tua!

domingo, 25 de agosto de 2024

fim de agosto

Já é fim de agosto,
a gente se atrasa mais uma vez.
Eu tenho palpitações.
No meio do caminho,
você me apresenta aquela música nova do Nando Reis,
o protesto em Rock 'n' Roll,
e conversamos sobre as divindades musicais.
O trânsito me desgasta,
mas o caminho é bonito.
Caem as folhas de agosto
como a chuva.
Você me cutuca,
escutando o Bituca,
pra lembrança eterna,
no momento infinito.
A pintura é tua,
e o poema é meu.

Matheus Matos

14/07/1931

poesia do meu avô, Vamberto Sodré, para minha avó Neusa Matos.




Não vivi na época dos meus avós.
Nem de um lado,
nem do outro.
Mas este é o lado vazio da minha vida.
Talvez por isso, hoje, venero tanto os velhinhos,
para de alguma forma perceber o que me falta.
Avôs e avós deveriam permanecer para sempre no espaço e tempo das lembranças.
Eles, que primeiro se transformam em crianças,
depois abraçam o eterno.
Avôs e avós vivem em mim em um sentimento fraterno.
Talvez por isso, adotei todos os avós que encontrei,
com um abraço sincero de um neto em seu melhor aconchego,
procuro respostas no universo dos abraços
ou, quem sabe, um segredo de eternidade.

Matheus Matos
 

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Outono

Ainda é outono
E esse vento frio
Se mistura ao inverno
De alguns corações.
Transição,
Superposição.
O inverno está vindo,
Caem flores e folhas ainda.
Flores secaram,
Mas não as emoções.
Há a lágrima que cai,
A tristeza é um calo.
A vida é um ciclo
E nem cabe num estalo.

Matheus Matos

terça-feira, 28 de maio de 2024

cuzcuz, café e companhia



Sonhos esquecidos
Na terra de Morfeu
acordo
mente vazia
cuzcuz quentinho
café sem agonia
E tu mais eu.


Matheus Matos 

Lucão

 Não é à toa que há mar no verbo amar. O mar é gigante. Amar é ser maior.

“Não é à toa que que amar tem ar no verbo: respire” Lucão


quarta-feira, 22 de maio de 2024

Saia, flor, que tenho pressa

 

Orquídea quase a sair de Geane Cardoso. 

Saia, flor, que tenho pressa 
Preciso seguir meu caminho 
Eu sigo um tanto sozinho 
A vida não vai devagar 
Saia, flor 
Se te interessas 
Descubro tua cor escondida 
Controla o tempo da vida 
Te dou um poema de amar 
Saia, flor 
Mas não pereça 
A vida segue 
Ainda que não pareça 
Nós somos poeira estelar 
Queria ir devagar

Matheus Matos

terça-feira, 21 de maio de 2024

à flor da pele

Eu tô com o poema à flor da pele
Brotando de qualquer jeito
Na pedra
Na terra
Na bela
Na tela
No beijo
Eu tô com o poema desejo
A mente
Não mente
Eu tenho um poema cicuta
Só vive quem lê lentamente
Eu tenho um poema antídoto
Que entrega um remédio ambíguo
Quem bebe o poeta perscruta
E acha a resposta no amigo

Matheus Matos 

domingo, 12 de maio de 2024

sinal vermelho

Escaletas sopram antigos dilemas.
De dentro da armadura
Não ouço a melodia,
Mas vejo o poema.
Dedos e corpos movem-se
como partituras.
Escondem o problema
Nos sinais;
Não há ternura em cena,
Há desiguais.

 Matheus Matos