Eis minha poesia. Toma, agora é tua!

sábado, 30 de abril de 2011

Dia azul

"Em um Universo que já tem 10 ou 15 bilhões de anos, estamos constantemente esbarrando em surpresas."
( Carl Sagan )







Em uma estrada longa,
muitas pessoas.
Em cada uma um universo.
Uma infinidade de universos.

Multiverso.

São universos paralelos,
pertinhos, com suas próprias leis naturais.
Em tempo de se colidirem.
De um cair no outro.

Aquela moça ali,
de camiseta branca e calça jeans.
Em que universo ela está?
Em que universo estou?
Vi que o meu caiu no dela,
mas o que será que ela achou?

Eu aqui brincando no universo deles.
E eles? Nem ai.

A música do cara da poesia ao lado deixa
meu universo inundado de estrelas.
Colisões entre galáxias faz-me chorar.
Dia azul, sem nuvem, também.

Matheus Matos

(Créditos da imagem:M101 (Pinwheel Galaxy) - Ursa Major)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Distância

A distância acorrenta os sentimentos
que devemos compartilhar sempre.
Talvez seja isso que falte a todos nós:
um pouco de conversa,
um tapa bom nas costas,
um abraço apertado
e aquele silêncio falado de só estar ali,
acho que é isso que falta.

Matheus Matos

Caminhos de Liberdade

"Mas se você escutar bem de perto, você pode ouvi-los sussurar o seu legado. Vá em frente, abaixe-se. Escute, está ouvindo? - Carpe - ouve? - Carpe, carpe diem, colham o dia garotos, tornem extraordinárias as suas vidas." (A Sociedade dos Poetas Mortos)




Alguns de nós já têm quase trinta anos,
outros um pouco mais,
poucos um tanto menos.
Somos dois, três, quatro ou até mais,
muito mais que amigos.

E os caminhos até hoje?
Muitos amores, conhecimento,
muito Carpe Diem,
mas, muitos entroncamentos.

Então, onde ficaram as partes de nós que não se encontram mais?
Onde está a nossa essência pura, inalterada?
Quando se verão novamente?
Onde se encontrarão?

Qual sentimento deixamos de compartilhar,
o que nos falta mostrar,
pra nos entender outra vez?

Sei que serão caminhos longos até que, de novo,
cada parte de nossa alma possa se fundir em uma só.
Inabalavelmente.

São caminhos pelo deserto em sol ardente,
neles encontraremos nossa miragem ao fundo,
e é nela que confiaremos ao outro a
responsabilidade da existência daquela água.
Sem água, só a sede restará,
e isso faz tudo secar.

São caminhos pela Sibéria em meio ao gelo.
Agora o que falta é o calor.
Aquele calor da união.

É, são caminhos de liberdade.
Santa Liberdade.
Sempre Lealdade, é o que há de ter.

Então, onde se encaixarão nossas mulheres?
onde estarão nossos filhos?
Que caminhos vão percorrer,
se nós deixarmos morrer,
essa nossa essência pura?

Qual a hora certa de entender
que já são quase trinta,
e que isso é muita tinta
pra escrever, entender,
traduzir nossa existência pro caminho deles?

A distância brinca com os sentimentos.
Esconde aqueles únicos momentos
ao fundo, bem no fundo daquele poço
que chamamos confiança.

Rasga o peito,
pra alguns, a esperança
de um amor que é real.
Mas quem decide isso afinal?

São os nossos conceitos que devem mudar.

Matheus Matos

(Créditos da Imagem)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A inocência no amor é a melhor forma dele.



Mesmo que tu definas,
o mais singelo de teus conceitos,
é este preceito que deves almejar:

Simplicidade e inocência no amar.

Vem do olhar mais puro,
com a tristeza de ver sair,
e da alegria ao ver chegar.

Coração pequenininho,
consumido de pouquinho,
no sentimento magoar.

Emoção,
de proporções desmesuradas,
ao encontrar.

Hiperestesia olfativa de Grenouille
quando num primeiro encontro
à beira-mar.

É nada querer ao dar.

Medo de não ver,
confiança focada no olhar.

São borboletas constantes no estômago,
e medo do primeiro beijar.

É tudo isso e mais um pouco
que toda criança faz
ao
amar.


Matheus Matos
(Créditos da imagem. Inspirado no video do Jô: http://www.youtube.com/watch?v=DESEUoNuhxQ&feature=player_embedded)